Elas no Transporte: Com liderança feminina, futuro da mobilidade é redesenhado no Brasil
Mulheres redefinem o transporte público no Brasil, rompendo barreira em um setor tradicionalmente masculino
Historicamente dominado por homens, o setor de mobilidade e transporte coletivo no Brasil começa a ver sua dinâmica ser transformada pela crescente e fundamental participação feminina. Longe de serem apenas usuárias, as mulheres estão assumindo posições de liderança e impulsionando uma mudança cultural com o objetivo de tornar o setor mais inclusivo, humano e inovador.
Nesse contexto, a iniciativa “Elas no Transporte” surge como um movimento crucial para fortalecer a presença feminina e construir uma comunidade de mulheres nesse universo. Seu objetivo principal é aumentar a participação das mulheres, conectando-as e promovendo a troca de experiências.
Um dos pilares centrais do movimento é a organização de debates focados em temas essenciais para as executivas e empresárias da área. Assuntos como liderança humanizada, inovação, ESG (Ambiental, Social e Governança) e tecnologia são abordados, refletindo interesses identificados por meio de pesquisas com as próprias participantes.
Niege Chaves, vice-presidente do Grupo MobiBrasil
Luciana Herszkowicz, uma das idealizadoras da iniciativa, ao lado de Niege Chaves, vice-presidente do Grupo MobiBrasil, ressalta que o projeto ajuda a “quebrar tabus” e permite que as mulheres ocupem espaços que antes lhes eram negados. Para ela, isso representa um passo significativo na construção de uma “nova mobilidade, mais humana, eficiente e tecnológica”. A conexão e a troca entre as mulheres são vistas como fundamentais para que elas se percebam e reconheçam sua presença, “contribuindo para o desenvolvimento do mundo da mobilidade”.
Os encontros promovidos pela iniciativa são considerados essenciais. O mais recente aconteceu no dia 2 de junho, em São Paulo. Neles, as lideranças femininas têm a oportunidade de “trocar suas vivências profissionais e pessoais”, com o propósito de “mudar os ambientes” nas empresas do setor.
Mulheres redefinem o transporte público no Brasil, rompendo barreiras em um setor tradicionalmente masculino
A importância da iniciativa se manifesta também na busca por mais oportunidades profissionais para as mulheres dentro das companhias.
Há uma reflexão ativa sobre a “preparação das empresas” para receber e atender as mulheres que desejam atuar na área. O fortalecimento da comunicação entre as mulheres do setor é um foco claro, pois acredita-se que isso agrega muito valor.
A importância da iniciativa se manifesta também na busca por mais oportunidades profissionais para as mulheres dentro das companhias. Um exemplo concreto é a Paraty Mobilidade, onde Luciana Herszkowicz atua. A empresa implementou um programa interno para “treinar trabalhadoras de serviços gerais que desejam se tornar condutoras”, auxiliando-as na obtenção da carteira de motorista necessária, iniciando pela função de manobrista.
Luciana Herszkowicz, uma das idealizadoras do projeto “Elas no Transporte”
O projeto “Elas no Transporte” vai além de apenas aumentar o número de mulheres no setor. É um movimento que busca promover “conexão, desenvolvimento e uma transformação cultural”. Conforme destacado por Luciana, o objetivo é criar um ecossistema de mobilidade mais justo, inclusivo e preparado para o futuro. A presença e a liderança feminina estão, assim, redesenhando o futuro do transporte no Brasil.
MULHERES PRESENTES ALÉM DA CONDUÇÃO DE COLETIVOS
A entrada de mulheres no transporte público não se restringe apenas à condução de veículos. Elas estão presentes em todas as esferas: da gestão administrativa à manutenção, da operação à liderança. “As mulheres se destacam especialmente no setor de lanternagem e pintura, pois são muito caprichosas. E são sempre dedicadas, independente da função. Na direção, são extremamente cuidadosas. Temos um grande orgulho de abrir novos campos de trabalho para as mulheres”, comemora Niege Chaves.
