Mobi Notícia

MobiBrasil adere à Coalizão dos Transportes para descarbonizar o setor e atrair R$ 600 bilhões em investimentos

O Grupo MobiBrasil aderiu à Coalizão dos Transportes, uma iniciativa multissetorial criada para acelerar a descarbonização do setor de transportes no Brasil e apoiar o cumprimento das metas climáticas nacionais. Lançada em maio, a Coalizão foi criada estrategicamente de olho na COP30, que será sediada em 2025 em Belém, no Pará. 

A Coalizão dos Transportes reúne mais de 50 empresas, organizações públicas e privadas, acadêmicas e da sociedade civil. A partir de um plano com 90 propostas para reduzir em até 68% as emissões setoriais de gases de efeito estufa em diversas áreas até 2050, busca atrair R$ 600 bilhões em investimentos verdes para o Brasil.

Para isso, a Coalizão tem um plano com três eixos principais: aumentar a frota de veículos elétricos e híbridos (carros e transporte público); rebalancear a matriz de transporte, investindo nos modais ferroviários e hidroviários para a logística; e ampliar o uso de biocombustíveis.  

  • Expansão da eletrificação: Este é o vetor de maior impacto, com potencial para reduzir 145 Mton CO₂e (145 milhões de toneladas de gases do efeito estufa). A meta é que metade dos carros de passeio e 300 mil ônibus sejam elétricos ou híbridos até 2050. Para isso, será necessária a expansão da infraestrutura de recarga/eletropostos públicos.
  • Mudança na matriz de transportes: Visando modos mais eficientes, a meta é aumentar a participação do Ferroviário e Aquaviário no transporte de cargas de 31% (em 2023) para 55% (em 2050), o que pode reduzir 65 Mton CO₂e (65 milhões de toneladas de gases do efeito estufa). O plano aponta que o modal ferroviário pode duplicar sua participação na matriz, dos atuais 16% para 32%, exigindo investimentos superiores a R$ 270 bilhões.
  • Expansão do uso de biocombustíveis: O maior uso de biocombustíveis (como etanol, diesel verde e SAF) pode evitar a emissão de 45 Mton CO₂e. Para isso, a demanda por biocombustíveis precisará quase dobrar, chegando a 55 bilhões de litros em 2050.

    Segundo o plano apresentado, o setor de transportes no Brasil é responsável por 11% das emissões nacionais, o que representa 260 milhões de toneladas de gás carbônico por ano. A redução de quase 70% proposta pela Coalizão equivaleria ao plantio de 5,86 bilhões de árvores, ou a retirada de circulação de 26,7 milhões de veículos de passeio.

    Para promover uma eletrificação do transporte em larga escala, a proposta da Coalizão é que seja implementada uma ampla infraestrutura de recarga de veículos. Seriam necessários investimentos na ordem de R$ 40 bilhões para instalação entre 990 mil e 1,9 milhão de pontos de abastecimento.

    Ao aderir à Coalizão, as empresas de transporte, como a MobiBrasil, assumem metas com a redução de emissões e compromissos de gestão. Confira os principais:

    • Definição de metas: Adotar metas de redução de CO₂ que estejam alinhadas à rota setorial proposta pela Coalizão.
    • Transição e planejamento de frota: Planejar a substituição gradual de veículos por opções de menor emissão (como ônibus elétricos, a hidrogênio ou a biocombustíveis), estabelecendo cronogramas, pilotos e requisitos de infraestrutura (recarga/energização).
    • Adoção de eficiência operacional: Implementar práticas como manutenção preventiva, uso de telemetria para uma condução eficiente, otimização de rotas e redução de quilômetros vazios, além de outras ações que comprovadamente diminuem o consumo de combustível e as emissões.
    • Transparência: Reportar emissões, energia consumida, metas e o progresso alcançado, contribuindo para as métricas conjuntas do setor.
    • Capacitação: Investir na formação de mão de obra, como mecânicos e condutores, para operar e manter as novas tecnologias.

    Em contrapartida, a adesão à Coalizão oferece benefícios diretos às empresas, como:

    • Visibilidade e reputação: Posicionamento positivo perante o mercado, clientes, prefeituras e financiadores, especialmente em eventos globais como a COP30.
    • Acesso a financiamento: Maior probabilidade de participar das linhas de crédito verde, fundos e parcerias público-privadas que a Coalizão busca atrair, facilitando o acesso aos mais de R$ 600 bilhões em potenciais investimentos verdes mencionados no plano.
    • Atuação: Atuar em fóruns da Coalizão para propor políticas de incentivo (como subsídios à eletrificação ou novos arranjos tarifários), ganhando voz nas propostas setoriais e regulatórias.
    • Redução de custos: Potencial para redução de custos operacionais no médio prazo, graças à maior eficiência energética e menor gasto com combustíveis fósseis.

    Compartilhe este post