Estudo mostra que eletrificação do transporte público gera sustentabilidade e combate à poluição do ar

Que os sistemas de transporte público, como ônibus elétricos, trólebus e trens, são essenciais para a sustentabilidade ambiental, já é amplamente conhecido. No entanto, a quantificação precisa do impacto de cada modal na redução de emissões de gases de efeito estufa (GEE) oferece uma base sólida para a formulação de políticas públicas mais eficazes.
Um estudo abrangente, elaborado pelo Subgrupo de Eletromobilidade e Mobilidade Sustentável do Comitê Diretor de Transporte Integrado (CDTI) e divulgado em reportagem do Blog Diário do Transporte, agora joga luz sobre essa questão crucial, revelando o consumo energético e o impacto ambiental do transporte de passageiros na capital paulista.
O principal objetivo do documento, finalizado em junho de 2023, foi comparar os consumos dos veículos e seus impactos ambientais, sem abordar os custos, mas fornecendo uma base sólida para futuras análises sobre o tema. A pesquisa buscou identificar formas de alcançar um sistema de transporte de massa com o menor impacto ambiental possível.
ESTUDO REVELA VANTAGEM DOS MODAIS ELÉTRICOS NA EFICIÊNCIA ENERGÉTICA E EMISSÕES
A análise detalhada do estudo comparativo do CDTI, que envolveu dados de empresas como CPTM, EMTU, Metrô e SPTrans, mostrou uma clara e ampla vantagem dos veículos com matriz energética elétrica em termos de eficiência energética e, principalmente, na redução de emissões.
O ponto central do estudo foi a análise da pegada de carbono, alinhada aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU e aos indicadores ESG. A diferença nas emissões de dióxido de carbono equivalente (CO2e) entre os modais é drástica:
- Emissões por quilômetro (kgCO2e/km): Modais elétricos como CPTM (0,079 kgCO2e/km), SPTrans Elétrico (0,081 kgCO2e/km), Metrô (0,105 kgCO2e/km) e EMTU Elétrico (0,128 kgCO2e/km) têm emissões drasticamente menores. Já os modais a diesel da SPTrans (1,513 kgCO2e/km) e EMTU (1,059 kgCO2e/km) são significativamente maiores emissores.
- Emissões por passageiro transportado (gCO2e/passageiro x km): A CPTM (13,12 gCO2e/passageiro x km) e o Metrô (22,15 gCO2e/passageiro x km) são os que menos emitem por passageiro. Em um contraste gritante, as frotas a diesel da SPTrans (840,72 gCO2e/passageiro x km) e da EMTU (725,65 gCO2e/passageiro x km) são as que mais contribuem para as emissões neste critério.
- Emissão Total Anual (tCO2e): Anualmente, os modais a diesel da SPTrans (958.636,73 tCO2e) e da EMTU (354.614,93 tCO2e) são os maiores emissores totais, enquanto os modais elétricos emitem muito menos, como a EMTU Elétrico (567,85 tCO2e) e SPTrans Elétrico (2.118,91 tCO2e).
O CAMINHO PARA CIDADES MAIS LIMPAS: TRANSIÇÃO ENERGÉTICA NO TRANSPORTE DE PASSAGEIROS




Os resultados do estudo demonstram inequivocamente que os modais que utilizam matriz energética elétrica emitem consideravelmente menos CO2 em comparação aos modais a diesel. O relatório enfatiza que o aumento da eficiência energética no transporte de passageiros gera ganhos ambientais substanciais, especialmente na redução das emissões de gases de efeito estufa.
Essa pesquisa reforça a importância da transição energética, particularmente no que se refere ao impacto ambiental do uso de combustíveis fósseis. O transporte de passageiros em massa é fundamental para o desenvolvimento urbano sustentável e possui um grande potencial para reduzir as emissões de CO2 em grandes centros urbanos como São Paulo. Tais ações estão em total alinhamento com a campanha global ‘Race to Zero’ da COP, à qual o Governo do Estado de São Paulo aderiu, visando a neutralidade de carbono e a redução drástica das emissões de gases de efeito estufa.
O estudo não apenas padroniza dados, mas também serve como um passo fundamental para subsidiar futuros estudos sobre a mobilidade urbana não só em São Paulo, mas também em diversas grandes cidades brasileiras. Assim, permite que seja pavimentado o caminho para um futuro mais sustentável. A substituição de veículos movidos a combustíveis fósseis, como o diesel, é uma prioridade para diminuir as emissões e melhorar a qualidade do ar, especialmente em metrópoles.
Fonte da reportagem: Blog Diário do Transporte.