“O ônibus elétrico veio para ficar, é um caminho sem volta” , afirma diretor da MobiBrasil em entrevista. Confira
A transformação que o transporte público urbano do Brasil começa a vivenciar com a descarbonização do setor, principalmente com a predominância dos ônibus elétricos, foi tema de uma reportagem da Exame destacando a MobiBrasil. E merecidamente.
A empresa tem passado por uma transformação interna, operacional e gerencial, para cada vez mais investir na eletrificação da frota. Comprou 50 ônibus elétricos em 2024 e investiu R$ 6 milhões em carregadores e na infraestrutura elétrica.
Na entrevista, a MobiBrasil é representada pelo diretor de Novos Negócios, Manoel Marinho, que resume o momento vivido pela empresa em São Paulo: “A transição energética é um caminho sem volta, tanto pelo clamor da sociedade, quanto pelo comprometimento dos governos”, afirmou.
A transição energética dos ônibus em São Paulo, inclusive, é determinada por lei e deve alcançar 20% da frota de coletivos nos próximos anos. Para a Exame, o diretor da MobibBrasil também destacou na conversa a economia proporcionada pela operação elétrica: “O custo do km rodado com um ônibus elétrico é 25% menor do que o gasto com diesel”.
Confira parte da entrevista na Exame:
‘Usar ônibus elétrico é como padeiro deixar de usar trigo’, diz diretor de empresa de SP
A garagem da viação MobiBrasil, na zona sul de São Paulo, teve semanas de mudança neste começo de ano. O espaço foi adaptado para receber ônibus elétricos, em uma mudança radical das operações, que tem sido bem recebida pelos gestores e funcionários da empresa.
“É como o padeiro que faz pão a vida inteira com trigo, agora vai ter que fazer com outro produto. A gente era tão acostumado com diesel”, diz Manoel Marinho, diretor de novos negócios da MobiBrasil.
Ele supervisiona a transição na empresa, que tem 630 carros e transporta em média 390.000 pessoas por dia.
A MobiBrasil comprou 50 ônibus elétricos desde o ano passado e investiu 6 milhões de reais em carregadores e na parte elétrica. Marinho avalia a transição como “um caminho sem volta”, “tanto pelo clamor da sociedade, quanto pelo comprometimento dos governos”.
A Exame visitou a garagem no começo de abril, como parte da apuração para uma reportagem ampla sobre a transição energética dos ônibus em São Paulo. A cidade tem planos de chegar a 2.600 elétricos nas ruas nos próximos anos, o que representará 20% da frota. A capital paulista tem a maior frota de coletivos do Brasil.
Marinho diz que a empresa está empolgada com a troca. Os indicadores, antes baseados em padrões como quilômetros rodados por litro, agora consideram medidas como megawatts e tem trazido bons resultados. Em média, o custo do km rodado com um elétrico é 25% menor do que o gasto com diesel.
A Mobibrasil comprou 50 ônibus elétricos desde o ano passado e investiu 6 milhões de reais em carregadores e na parte elétrica
Rede de Apoio
“Testamos o etanol um tempo atrás, mas tivemos de mudar, porque na época não tivemos o respaldo que precisávamos do nosso fornecedor. No caso do elétrico, é diferente. Temos tido um apoio muito bom da prefeitura, do órgão gestor e dos nossos fornecedores”, diz Marinho.
Na garagem, carregadores foram instalados perto das paredes do fundo do pátio onde os ônibus estacionam, e lembram bombas de gasolina. Durante a visita da EXAME, vários coletivos ainda estavam com plástico nos bancos e com espaço para a instalação dos validadores. A empresa comprou os coletivos, mas teve de esperar algumas semanas para que a Enel instalasse a rede elétrica, um problema que se repetiu em outras garagens da cidade.
Do lado dos fornecedores, o suporte foi maior. A MobiBrasil comprou veículos elétricos com chassi Mercedes-Benz e carroceria Caio, seus fornecedores de longa data. A Mercedes ficou responsável pela manutenção dos elétricos por um ano. Neste período, os funcionários da garagem estão sendo treinados para lidar com a nova tecnologia.
“A manutenção é mais leve, não é pesada como a do diesel. Estamos tendo uma resposta positiva”, diz Marinho. Por conta disso, a expectativa é que os elétricos fiquem menos tempo parados na oficina do que os diesel. Como os veículos ainda são novos, esse ponto ainda será comprovado na prática.
Leia a reportagem na íntegra no site da Exame
