25 de Julho: Dia da Mulher Negra Latino-Americana reforça luta por respeito, equidade e reconhecimento

O dia 25 de julho é mais do que uma data no calendário; é um marco de resistência, luta e afirmação: o Dia da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha. Criada em 1992, durante o 1º Encontro de Mulheres Afro-Latino-Americanas e Afro-Caribenhas na República Dominicana, essa celebração busca romper a invisibilidade histórica dessas mulheres e reforçar a necessidade urgente de combater o racismo, o sexismo e as desigualdades sociais que as afetam diariamente.
No Brasil, a realidade de muitas mulheres negras ainda é permeada por obstáculos profissionais, preconceito e carência de representatividade. Contudo, em meio a esses desafios, emergem histórias potentes de superação, força e conquista, que inspiram e reafirmam o valor inestimável de sua jornada.


UM LEGADO DE CORAGEM E RESILIÊNCIA
A data de 25 de julho é um convite à reflexão e, sobretudo, à ação. Ela celebra a resistência e a trajetória de mulheres que enfrentam o racismo e o machismo estrutural a cada dia, tanto no trabalho quanto na vida pessoal. Este legado foi construído com coragem e resiliência, destacando a constante luta contra um País ainda profundamente marcado pelo racismo.

A fala das mulheres negras evidencia que a sociedade brasileira ainda impõe barreiras, o que as coloca na luta constante para mostrar que seu valor e sua capacidade vão muito além da sua cor ou origem. Apesar das conquistas pontuais, a estrutura social brasileira continua a impor barreiras significativas para as mulheres negras. No entanto, suas vozes ressoam como exemplos de perseverança e determinação.
Luciana Rocha, gerente de Departamento Pessoal da MobiBrasil São Paulo, é um testemunho vivo dessa realidade. Com 30 anos de experiência na área, Luciana forjou sua carreira superando obstáculos impostos por sua cor, gênero e origem periférica. Por isso, sua perspectiva é clara e potente: “Aprendi que competência não tem cor, gênero ou origem social. E que o verdadeiro talento se revela na prática, no comprometimento e na capacidade de transformar realidades”.
Para ela, o respeito é a base inegociável, e a priorização da saúde mental e do valor pessoal e profissional foram e continuam sendo essenciais em sua jornada. “Sempre acreditei que respeito é inegociável. Por isso, fiz escolhas firmes. Jamais permaneci em ambientes onde a dignidade não era preservada. Priorizar minha saúde mental e meu valor como pessoa e profissional foi e continua sendo essencial para minha carreira”. Ao olhar para trás, Luciana enxerga um legado edificado com consistência, experiências vividas, aprendizados conquistados e, acima de tudo, conhecimento compartilhado.
JUVENTUDE SE FAZENDO PRESENTE
A juventude negra também sente o peso das desigualdades, embora novos caminhos estejam se abrindo. É o caso de Joanne Monteiro, que ingressou na MobiBrasil São Paulo como Jovem Aprendiz em setembro de 2022 e, menos de um ano depois, foi promovida a auxiliar na área de gestão ativa.

Ela destaca a importância da oportunidade, mas com uma visão crítica sobre a realidade: “Para mim, é uma satisfação ter a chance de trabalhar em uma empresa grande, reconhecida, e construir minha carreira profissional. No entanto, sei que nem todo mundo tem a mesma oportunidade que eu”.
Joanne reforça que, mesmo com avanços, a luta é constante num país marcado pelo racismo: “Vivemos em um País marcado pelo racismo, o que nos coloca na luta constante para mostrar que nosso valor e nossa capacidade vão muito além da nossa cor ou origem”.
As narrativas de Luciana e Joanne sublinham o que o 25 de julho representa: o enfrentamento diário ao racismo estrutural, ao machismo e à desigualdade de oportunidades. A data é, portanto, um convite à reflexão e, sobretudo, à ação. Valorizar, reconhecer e garantir um espaço digno para mulheres negras no mercado de trabalho e na sociedade é um compromisso coletivo – e urgente.
